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Carne de Porco Bísaro

Carne proveniente do abate de leitões ou da desmancha de carcaças de porcos Bísaros, criados num sistema semiextensivo, tradicional, à base de produtos e subprodutos da agricultura local. Os animais abatidos até aos 45 dias de vida (leitão), têm um peso de carcaça até 12 kg, carne pouco marmoreada, músculo bastante suculento e macio, gordura branca e harmoniosa, consistente, não exsudativa e de textura macia. Os animais (machos castrados ou fêmeas) abatidos a partir dos oito meses, têm um peso de carcaça a partir dos 60 kg, com classificação R, O ou P, músculo vermelho claro e gordura rosada, carne não muito atoucinhada, bastante entremeada, muito suculenta e macia e com textura firme. Quando grelhada tem sabor muito característico e inerente ao modo de produção e ao tipo de alimentação do animal.

O maneio tem por base as práticas ancestrais e tradicionais de produção, praticadas na região e transmitidas ao longo de gerações. As explorações têm que ter área suficiente quer para produzir os alimentos para os animais quer para parques de recreio e pastagem. A estabulação apenas ocorre durante o Inverno. Em Outubro e Novembro os criadores levam os seus animais para os soutos, aproveitando a castanha caída no chão. A alimentação é diversificada e depende das colheitas anuais e tem por base uma mistura de cereais (normalmente trigo, milho, centeio, aveia), fornecida ao longo do ano mas suplementada com abóboras, nabos, batatas, beterrabas, fruta diversa, milho verde, couves, cereais em verde, ferranha e castanhas..

A antiguidade e importância da criação de porcos nesta região é testemunhada pela existência de várias esculturas zoomórficas e pelas referências feitas a estes animais em vários Forais de Municípios da região relativos aos tributos dos suínos e seus produtos. A criação de porcos bísaros assume uma importância determinante quer para a manutenção dos sistemas de produção tradicionais, quer para a economia «familiar» das pequenas explorações.

 

(Fonte: caderno de especificações)

Mel de Montesinho (DOP)

O sabor e o aroma do Mel Parque de Montesinho DOP resultam das condições particulares do Parque Natural de Montesinho, onde não é permitida qualquer agricultura que interfira com a flora natural e autóctone. Situada na região de Trás-os-Montes (Nordeste Transmontano) e na parte norte dos municípios de Bragança e Vinhais, é parte da chamada Terra Fria Transmontana, que se carateriza por temperaturas que variam de menos 12 °C no inverno, a 40 °C no verão. O parque inclui duas montanhas, a Serra da Coroa no oeste e a Serra de Montesinho no leste que também influenciam a abundante vegetação natural.

O Mel do Parque de Montesinho DOP é um mel de flores silvestres produzido pela espécie de abelha Apis mellifera Iberica. O néctar tem origem na vegetação natural em que predomina a urze, a castanha e o alecrim.

Não é permitida a alimentação artificial, a movimentação de colmeias, o uso de produtos químicos ou a introdução de outras espécies de abelhas oriundas de outras regiões. Muitas vezes são os próprios criadores de abelhas que selecionam as suas abelhas para produzir o mel.

(Fonte: caderno de especificações)

Castanha terra fria (DOP)

A Castanha da Terra Fria DOP encontra-se intimamente ligada à área geográfica. O castanheiro é uma das principais árvores que crescem nesta região e desde sempre tem sido importante para a sobrevivência da população rural local, não sendo atualmente apenas uma fonte de alimentos, mas representa um importante papel na economia local.

Designa-se por Castanha da Terra Fria DOP os frutos obtidos a partir do castanheiro (Castanea sativa Mill), das variedades Longal, Judia, Côta, Amarelal, Lamela, Aveleira, Boa Ventura, Trigueira, Martaínha e Negral. Cada lote é constituído por 85% de uma das variedades podendo os restantes 15% ser completados por uma das outras variedades mencionadas.

A produção do fruto e a respetiva colheita são as fases específicas da área geográfica delimitada. A recolha dos frutos é feita do chão não podendo ser usado nenhum método mecânico ou outro para forçar a queda dos frutos da árvore a fim de se completar a maturação.

CARACTERISTICAS

Das variedades indicadas, cerca de 70% da produção corresponde à variedade Longal, cujas características são as seguintes: 

Cor – castanha avermelhada, muito brilhante, com estrias escuras longitudinais Forma – elíptica alongada Sabor – “suigeneris” Calibre – pequeno a médio.

 

(Fonte: caderno de especificações) 

VINHO

A produção de vinho na Região de Trás-os-Montes tem origem secular, estando esta intrinsecamente marcada nas suas rochas, uma vez que por toda a região existem vários lagares cavados na rocha de origem Romana e Pré-Romana. A existência de vinhas velhas com castas centenárias marca também de uma forma muito peculiar a qualidade reconhecida dos vinhos desta região.

Apesar das características muito próprias, na região de Trás-os-Montes verifica-se a existência de vários microclimas, que aliados às diferenças existentes na constituição dos solos, normalmente graníticos com manchas de xisto, bem como á maior adaptabilidade de determinadas castas, permitem obter vinhos muito diferenciados. Tais diferenças permitiram definir três sub-regiões para a produção de vinhos de qualidade com direito a DO Trás-os-Montes. Os critérios tidos em conta foram essencialmente as altitudes, exposição solar, clima e a constituição dos solos, tendo sido a Denominação de Origem (DO Trás-os-Montes) reconhecida a partir de 9 de Novembro de 2006 (Portaria n.º 1204/2006).

No que se refere aos vinhos com Identificação Geográfica Transmontano, estes podem ser produzidos em toda a Região, sendo que a Indicação Geográfica Transmontano (IG Transmontano), foi reconhecida a partir de 9 de Novembro de 2006 (Portaria n.º 1203/2006).

No que se refere à tipicidade dos vinhos da região de Trás-os-Montes, para além da diversidade existente podem ser referidos alguns traços comuns a todos os vinhos, os vinhos brancos revelam-se muito frutados, diferenciando-se pela mineralidade e paladar equilibrado, este marcado por uma boa acidez que lhes confere frescura e complexidade.

 No caso dos vinhos tintos caracterizam-se sobretudo pela sua frescura, que advém da composição fenólica, a revelar taninos frescos e concentrados aos quais o tempo atribui elegância e carácter. São vinhos com complexidade aromática intensa, encorpados e com boa estrutura o que os torna vinhos muito gastronómicos.

 

(Fonte: CVRTM – Comissão Vitivinícola Regional de Trás-os-Montes).